Texto base: Isaías 6:1
" No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo."
Que grande lição nos ensina este primeiro versículo do capítulo seis de Isaías!
O profeta Isaías, filho de Amós, viveu entre 765 a.C. e 681 a.C., durante os reinados dos reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, seu ministério profético começou em 754 a.C. coincidindo com duas datas, a morte do rei Uzias e a fundação de Roma. Era um homem letrado que exerceu sua vocação por 40 anos e tudo teve início no ano da morte do rei Uzias, monarca que destacou-se por ser um líder considerado um engenheiro de notável saber, criador de armas bélicas, possuidor de grandes fazendas, fortificou torres e reservatórios de água e venceu inúmeras batalhas. (2Cr 26) Isaías vivia neste tempo submisso ao rei Uzias a quem denotava respeito e admiração. A Bíblia relata que Uzias morreu de lepra (2Cr 26:22) e no ano em que ele morreu, não diz se foi na semana, dois ou seis meses depois, Isaías teve uma visão maravilhosa do Senhor assentado num alto trono e esta visão mostrava serafins voando em torno do trono e cantando "Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos, toda a terra está cheia de sua Glória." (Is 6: 2,3) e ainda contemplou um dos serafins que tocou seus lábios com uma brasa viva e desta forma purificou o profeta que confessara ter lábios impuros, em seguida, ele atendeu ao chamado respondendo para o Senhor "Eis-me aqui. Envia-me a mim." (Is 6:2;8).
O ministério profético de Isaías começa, exatamente, no momento em que este encontro acontece, mas observe que só foi possível esta experiência sobrenatural após a morte do rei. Com certeza, o profeta durante o período de servidão exclusiva, não exerceu sua capacidade plena de adorar a Deus com toda a sua alma. O rei Uzias representava um obstáculo notório ao ministério de Isaías, talvez a admiração e o respeito do profeta para com seu monarca representava um impedimento para a divina operação de Deus. A lealdade e a submissão de Isaías impedia que ele pudesse enxergar a Deus na sua plenitude.
Após a morte do rei, Isaías desprendeu-se de um jugo e conseguiu liberar sua alma para buscar a Deus com fervor e diligência, e após um período de reverência e adoração, recebe este presente único, de contemplar toda a glória do criador diante dos seus olhos e experienciar algo que humanamente seria impossível. Assim nasce o profeta Isaías para o ministério. A lição que podemos extrair desta passagem é a de que para servirmos a Deus, precisamos adorá-lo em Espírito e em verdade (Jo 4: 23-24), pois Deus não se agrada de rituais sem sinceridade (Sl 51: 16-17).
Adorar a Deus é dedicar todo o nosso coração a agradá-lo, servi-lo e louvá-lo por tudo que ele fez e faz. Uzias foi um obstáculo para o ministério de Isaías, e talvez o profeta nem percebia isto, portanto precisamos abrir os nossos olhos para descobrirmos o que está nos atrapalhando para servir a Deus e o adorá-lo na beleza de sua santidade. Parece tão difícil abrirmos mão daquilo que temos ou que nos acostumamos no nosso dia a dia, para nos entregarmos ao Senhor.
Jesus Cristo, não quer que tenhamos qualquer comprometimento com aquilo que nos separa dele, estamos nesse mundo mas não somos deste mundo (Jo 15:19). Para vivermos uma experiência verdadeira e sobrenatural com o senhor é preciso que reservemos um lugar em nossa alma para receber o Espírito Santo, que venhamos a abrir mão daquilo que nos separa do Senhor. Às vezes depositamos tanta energia e dedicação em coisas efêmeras e fugazes, ao sucesso na carreira profissional, aos relacionamentos interpessoais, aos nossos sonhos e esquecemos de convidar Jesus para fazer parte de cada um dos nossos projetos.
Podemos sim, viver neste mundo, que não é o nosso, mas aproveitarmos nossa passagem por ele, tendo Jesus como nosso guia e ajudador, podemos contar com sua ajuda, com sua amizade e proteção e sermos felizes em sua companhia. Viver a fé é uma oportunidade para superarmos os nossos medos e traumas e sermos revestidos do poder de Jesus para realizarmos a sua boa obra, sem impedimento algum. Que Deus abra os nossos olhos para que vejamos os céus abertos sobre nó.
Sandro Flores da Rosa
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