Texto Base: Salmos 22:1-2
"Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que estás tão longe de me salvar, tão longe das palavras do meu gemido? Deus meu, eu clamo de dia, mas tu não me ouves; de noite, e não tenho sossego."
Não sabemos exatamente quando Davi escreveu este salmo, mas a citação dele por Jesus na cruz faz com que entendamos o seu significado como integrante do Evangelho de Cristo. Também chamado de Salmo do Messias, o Salmo de Jesus no calvário, pois a angústia do sofredor é severa, mas passageira. "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste" (Mt 27:46) expressão de Jesus na Cruz, mostrado sua conduta humana de sentir-se desamparado num momento de angustiante dor.
O desamparo é um sentimento de abandono acompanhado de uma sensação de vulnerabilidade, medo, tristeza e solidão e tem afetado muitas pessoas, principalmente neste momento em que estamos vivendo, neste isolamento provocado pela pandemia mundial.
Quem se sente desamparado cultiva dentro de si um sentimento de inutilidade e tristeza que o leva ao desespero. Há tanta gente que sente em sua alma uma solidão que transtorna seus pesamentos, às vezes o saudosismo de tempos passados, de emoções que foram vividas e de pessoas que partiram torna-se tão gritantes que não há como reagir. O solitário sente em seu âmago um aperto, que chega a doer no peito, quase que o sufoca por não conseguir suportar as agruras do desamparo, é um grito silencioso dentro da alma.
Saiba que Jesus sentiu isto na Cruz do Calvário, quando já não aguentando mais o sofrimento, com olhos caídos, sem poder olhar para o céu, pergunta para seu pai: "Por que me desamparaste?" Olha só esta pergunta, parece saindo dos lábios de alguém que conhecemos, por que meus filhos abandoram-me? Por que meus amigos abandoram-me? Por que as pessoas mais caras para mim se foram? Perguntas, perguntas e mais perguntas, quase nada de respostas. Muitas vezes o desamparado sente um vazio inexorável dentro de si, a esperança de acordar no outro dia é inócua, sem sentido, os dias se passam, os semanas correm, os meses voam, e a solidão continua a mesma. Isto veio agravar-se, ainda mais neste período em que vivemos o isolamento social da pandemia, por um lado precisávamos desse tempo para nós mesmos, mas por outro alargou-se o vale da distância e separação, que nem as redes sociais puderam minimizar. O desamparado sente-se como o pardal solitário no telhado.(Sl 102:7)
Por que me desamparaste? A ideia é ultrapassarmos esta barreira de desespero e pensarmos que nem tudo está perdido e que podemos recorrer a Jesus, que sempre estará pronto para ajudar-nos, precisamos exercitar nossa fé para que possamos ouvir e sentir o Senhor perto de nós.
Tu não estás desamparado por que o Senhor está à sua volta, (Sl 145:14) embora tudo corrobore para que te sintas para baixo, sem valor, no fundo do poço, pensando em desistir de tudo e da vida. Há um Deus que suspira por ti, que entende tuas lágrimas e desvenda os gemidos de tua alma.
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Levante tua cabeça, olhe mais além, tudo que pedires ao Senhor, tudo que buscares de todo o teu coração lhe será dado(Mt 7: 7-8).
Decida-se aceitar ao Senhor Jesus Cristo, a correr para seus braços pois o senhor não despreza ninguém.
Na mensagem poética de "Rastros na Areia" vimos um caminhante que recebera do Senhor a mensagem de que por onde andasse Ele estaria o acompanhando, mas nos piores momentos de sua vida quando olhou para a areia da praia viu que só tinham duas pegadas na areia, então o caminhante perguntou sofrendo, para o Senhor: "Tu não disseste que estaria comigo todos os dias da minha vida, mas hoje percebi que nas horas mais difíceis da minha caminhada, onde todos me deixaram, vi que só tinham duas pegadas na areia..." Então o Senhor disse para o caminhante: "Nas horas mais difíceis da vida, tu enxergaste somente duas pegadas, porque eu estava te carregando no colo."
Jesus te convida a sair do fundo do poço, a assumir tuas quedas e entregar-se nos Seus braços. Venha, experimente o carinho e amor de Deus. Você tem tudo, para voltar a ser feliz.
Sandro Flores da Rosa